OBESIDADE
OBESIDADE é uma condição clínica caracterizada por excesso de gordura corporal e que frequentemente causa significativos danos à Saúde.
É considerada uma Doença, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), pois diminui a qualidade e a expectativa de vida.
Causas
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Origem genética
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Fatores ambientais, familiares e raciais
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Problemas psicológicos e psiquiátricos
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Certos Medicamentos
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Distúrbios endócrinos e metabólicos
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Comer em excesso, rápido e de forma errada (excesso de carboidratos e gorduras)
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Falta de exercício ou sedentarismo
Pesquisa do Ministério da Saúde mostra que número de obesos no país aumentou 67,8% entre 2006 e 2018.
No Brasil, mais da metade da população (55,7%) tem excesso de peso. Um aumento de 30,8% quando comparado com percentual de 42,6% no ano de 2006.
De 2015 a 2018, a prevalência de obesidade se manteve estável em torno de 18,9% da população.
O IMC (Índice de Massa Corporal) é o parâmetro mais utilizado para calcular o grau de obesidade.
Entretanto, este índice não é perfeito e pode trazer conclusões equivocadas. Por exemplo, o excesso de peso decorrente de aumento da massa muscular ou edema (inchaço), não constituem obesidade e pode resultar em IMC elevado. Por isso o IMC isoladamente muitas vezes não é um índice preciso para classificar a obesidade.
O IMC é calculado pela fórmula:
Peso (em kg) dividido pelo quadrado da Altura (em metros).
A Obesidade Grau III ou "Obesidade Mórbida", é estabelecida quando o Índice de Massa Corporal (IMC) é igual ou superior a 40 kg/m2 (em média 45 kg acima do peso ideal).
Classificação da Obesidade
Circunferência Abdominal
A Circunferência Abdominal (cintura) é uma boa medida para calcular o grau de obesidade visceral.
E o excesso de gordura na região abdominal é uma condição associada ao aumento de mortalidade.
Estudos mostram que esse tipo de gordura está diretamente relacionado às alterações do metabolismo e ao maior risco de doenças cardiovasculares, como por exemplo, a resistência à insulina (o diabetes), a hipertensão e o infarto do miocárdio. Mulheres após menopausa possuem mais risco de ter gordura abdominal em excesso.
Por isso, é importante avaliar a circunferência abdominal.
Medida de Risco aumentado:
- Homens: Maior ou igual a 94 cm
- Mulheres: Maior ou igual a 80 cm
Medida de Risco significantemente aumentado:
- Homens: Maior ou igual a 102cm
- Mulheres: Maior ou igual a 88 cm
A recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de que a cintura não ultrapasse 102 cm nos homens e 88 cm nas mulheres.
Outro índice que pode ser usado é a relação entre a cintura e o quadril. A relação entre a circunferência abdominal e circunferência do quadril não pode ser maior que 1,0 nos homens e 0,85 nas mulheres.
Como medir
A medida da circunferência abdominal deve ser feita a partir da parte mais estreita da cintura ou do ponto situado na metade da distância, que separa as últimas costelas da parte superior do osso ilíaco.
A medida da circunferência do quadril deve ser na altura do maior diâmetro horizontal.
Se a sua cintura ultrapassou 102 cm (Homens) e 88 cm (Mulheres) você ultrapassou os limites, o ideal é aumentar a frequência de atividades físicas e equilibrar a alimentação, além de fazer uma avaliação médica adequada.
COMPLICAÇÕES DA OBESIDADE
A Obesidade de grandes proporções está associada com vários problemas médicos que atualmente são bem conhecidos.
E o aumento de peso está diretamente relacionado com um aumento da mortalidade (Lew EA, Garfinkel L. Variations in mortality by weight among 750,000 men and women. J Chronic Dis 1979).
Complicações da Obesidade Mórbida
1) Problemas respiratórios
Hipoventilação, dificuldade respiratória (dispnéia); Apnéia do sono
2) Problemas cardiovasculares
Hipertensão arterial; aterosclerose; coronariopatia (infarto); insuficiência cardíaca; varizes, flebite, trombose venosa.
3) Problemas digestivos
Refluxo gastro-esofágico (esofagite); cálculos biliares; esteatose hepática
4) Problemas metabólicos e endócrinos
Diabetes; Gota; Hipossecreção do hormônio do crescimento; Hiperlipidemia
5) Problemas reprodutivos
Esterilidade; distúrbios menstruais nas mulheres, impotência no homem
6) Problemas ortopédicos
Artropatias diversas (artroses, artrites); Hérnia de disco; Radiculopatia,
7) Problemas dermatológicos
Dermatites, dermatomicoses;
8) Dificuldade na higiene corporal
9) Problemas neurológicos
Acidente vascular cerebral; pseudo-tumor cerebral
10) Problemas psico-sociais
Dificuldade ou incapacidade na atividade sexual e afetiva;
Depressão; Insatisfação com o próprio corpo;
Frustração em relação ao vestuário;
Discriminação e isolamento social.
11) Problemas econômicos
Perda do emprego; dificuldade em conseguir emprego
12) Neoplasias
As taxas de mortalidade por câncer são aumentada nos Obesos Mórbidos.
Na mulher: câncer de endométrio (5,4 vezes), vesícula biliar (3,6 vezes), colo uterino (2,4 vezes), mama (1,5 vezes).
No homem: câncer colorretal (1,7 vezes), próstata (1,3 vezes).
Tratamento da obesidade
O tratamento da obesidade em geral é conservador (clínico) e constituiu principalmente em mudanças do hábito alimentar e do estilo de vida, especialmente evitando o sedentarismo. Medicamentos podem ser empregados, assim o acompanhamento médico é necessário, podendo envolver diversas especialidades (Endocrinologista, Nutrólogo, Clínico Geral, Médico de Família, Psiquiatra, etc). O apoio e orientações de outros profissionais como nutricionistas, psicólogos, educador físico, etc (acompanhamento multidisciplinar) pode ser fundamental.
Entretanto, o tratamento clínico da obesidade de grandes proporções dificilmente alcança perda de peso expressiva, além do que a médio e longo prazo há uma tendência de reganho do peso perdido. É comum o efeito ioiô (sanfona) decorrentes de seguidos regimes com perda de peso e posterior recuperação do mesmo.
Assim, o alto índice de fracasso dos tratamentos clínicos nos grandes obesos, associado a redução da expectativa e qualidade de vida destes indivíduos, levaram ao reconhecimento da importância do tratamento cirúrgico na obesidade de grande proporção.
A cirurgia apesar não ser totalmente isenta de risco e complicações, é a opção de tratamento atual mais eficaz para controle da obesidade mórbida.
Cirurgia Bariátrica é o nome dado às intervenções realizadas no aparelho digestivo com o objetivo de promover a redução do peso.